5 de jan. de 2015

Defeitos

Quando alguém comete um erro, normalmente é dito "errar é humano", mas se o humano é cristão, geralmente se diz ou se pensa "e é crente". Esse fato me incomodou há muitos anos atrás quando ainda era adolescente e rapazes na escola em que eu estudava, frequentemente, ofendiam a todas as jovens da Igreja que eu frequentava na época por causa de umas e outras que não se davam o respeito.

Eu sei que essa prática, de nivelar por baixo, é comum, como nos casos de corrupção envolvendo os políticos, advogados, policiais etc... e isso ocorre normalmente porque o autointitulado "jurado" não consegue observar os próprios erros, ou como podemos amenizar, suas próprias falhas, mas adora apontar o dedo para os demais.

As vezes cometo um deslize, muitas vezes nem percebo a conotação ambígua do que estava dizendo e quando percebo já é tarde demais e as vezes preciso afirmar:

-Eu nunca disse que era perfeito!

Isso não deveria ser necessário, mas normalmente as pessoas esperam perfeição de cristãos, mas na verdade o que temos é um autocontrole bem exercitado e ao mesmo tempo o consolo do Espírito Santo, mas não imunidade a compulsão pecaminosa que aflige a humanidade desde Adão. Deus sabe muito bem quem é o homem que Ele criou e com sua sabedoria inigualável é o único capaz de jugar-nos imparcialmente.


O Autor e Consumador da Nossa Fé, Jesus de Nazaré, disse:

"Não julgueis, para que não sejais julgados, porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e, então, cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.

Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas; para que não as pisem e, voltando-se, vos despedacem." (Mt 7:1-6)



Isso deveria bastar para que ao menos nós, seguidores do Messias, nos abstivéssemos do julgamento e condenação, mas ao contrário, sentenciamos pessoas falhas como nós à exclusão do corpo de cristo, matando-as com palavras sem amor.

Não estou pregando tolerância ao erro, mas amor para com a pessoa que comete o erro. São duas coisas muito diferentes. Para agir com intolerância em relação ao erro está a pregação do Evangelho Verdadeiro, o discipulado, a disciplina, a correção e após o conserto uma nova oportunidade. Diferente de um discurso de ódio, que causa divisão, tristeza, humilhação e eventualmente a morte espiritual.

Sou, definitivamente, contra um líder fechar os olhos e fingir que não está acontecendo nada, mas na mesma proporção sou contra o julgamento e condenação de indivíduos que estão tentando caminhar lado a lado conosco. Seria como se pedíssemos juízo para outros e Graça só para nós ou para as pessoas que simpatizamos.

Para concluir, a Igreja deve manter-se afastada da contaminação do mundo, desse sistema anti-Deus e caso pessoas escolham andar de acordo com o sistema desse mundo, dando as costas para a sã doutrina, desrespeitando preceitos e não dando ouvidos a amigos e líderes a exclusão é necessária. Afinal, também não vamos ficar jogando "pérolas aos porcos" e não queremos que depois, tendo razão, fiquem por aí dizendo:

"-E é crente!"

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