21 de out. de 2020

A importância da Homilética

Embora o sermão seja historicamente considerado a parte mais importante da liturgia nas celebrações em comunidade, o zelo na preparação, em boa parte das vezes por falta de preparo das lideranças, têm sido negligenciados à medida que outras atividades estão tomando a atenção dos pregadores. Em outros casos ao delegarem a atividade para pessoas menos experientes ou simplesmente despreparadas, ocasionalmente ocorrem reuniões em que as pessoas poderão ficar frustradas pela experiência negativa. 

Muitas pessoas citam que o culto deve ser oferecido a Deus e tudo deve ser pensado como um serviço a Ele, mas há de ser considerada a experiência do ouvinte, sendo que muitas vezes pode estar trocando seu tempo que seria de qualidade em família, estudos, sono ou mesmo outras atividades, lembrando ainda do deslocamento e o investimento financeiro despendido para se congregar e se ouvir algo especial. 

Por isso, precisa ser reforçada a importância da homilética na preparação de novos pregadores, ou ainda, é um assunto que deveria ser recorrente em nossas comunidades de fé, visto que cada membro é um homileta em potencial, muitas vezes encarregado do serviço de apresentar as verdades sagradas aos demais membros de sua comunidade sem ao menos saber do que se trata o assunto da homilética. 

A homilética é “entendida como a disciplina que se ocupa da ciência e da arte da pregação de sermões religiosos: [...] ciência, porque estuda criteriosamente os processos do discurso religioso, e arte porque aplica-se às suas técnicas” (RAMOS, 2012, p. 28). 

As principais ferramentas à disposição do homileta em seu trabalho de preparação da mensagem são a exegese, a hermenêutica e a retórica. Segundo Ramos (2012, p. 98) A hermenêutica, que tem por objetivo “interpretar a Bíblia para o presente”, do gre­go hermeneuein, também significa “interpretar e ocupa-se mais particularmente dos princípios que regem a interpretação dos textos”, ao passo que a exegese “descreve mais especificamente as etapas ou os passos que cabem dar em sua interpretação”. Esse trabalho precisa ser feito a fim de se compreender de maneira correta o relato bíblico ou extrabíblico evitando assim compreensões equivocadas, anacrônicas ou distorções do conteúdo e se elaborar a melhor forma de se comunicar a mensagem para que os ouvintes possam também compreender os conteúdos. A retórica deve ser proporcional à realidade do ouvinte, pois de nada valerão belas palavras que não serão compreendidas. A tarefa do homileta deve ser comunicar e não simplesmente fazer demonstrações de conhecimento, pois a finalidade é compartilhar e não reter o conhecimento.

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