26 de out. de 2020

A quebra de paradígmas e a continuidade da Missão

A Missão da Igreja
A Missão evangelística está fortemente vinculada ao texto de Mateus 28:19-20 ”Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado” e como podemos ler nestas palavras de Jesus, quem os enviou, não há qualquer menção à conquista de outros povos pela força, nem qualquer recriminação aos hábitos culturais de outros povos, o que Jesus ordena é que seja ensinado a maneira de se viver conforme o exemplo que ele lhes mostrara durante o seu tempo de convivência, entre dois e três anos de discipulado. A ordem é que seus seguidores façam novos discípulos, o ensino então deve ser por meio do discipulado, com convivência e não com preconceitos e não aceitação das diferenças. 

É importante pensarmos que os judeus que foram os primeiros a receber o Evangelho precisaram mudar sua forma de pensar sobre a fé judaica, aceitando novos limites baseados em princípios muito básicos como o Shema, por exemplo, quando Jesus menciona o texto de Deuteronômio 6:5 para destacá-lo como mandamento mais importante “Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder” e continua acrescentando “E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes” (Marcos 12:29-31) Numa quebra de paradigmas mostra que a essência da lei é o amor, primeiro a Deus e depois para toda a humanidade. 

Assim também nós precisamos impactar as outras culturas com a mensagem do amor em primeiro lugar a Deus, para que deixem suas práticas religiosas oferecidas a outros deuses e passem a oferecer adoração ao único Deus verdadeiro, e de semelhante forma precisamos ensiná-los a fazer o melhor pelo próximo, deixando todas as práticas que fazem mal aos demais ou a eles mesmos e isso significa aprender com cada cultura detalhes sobre suas práticas afim de sermos capazes de instruí-los e também capacitá-los para que possam julgar por si mesmos se tais práticas devem ser abandonadas ou não, evitando assim qualquer forma de dependência ou fragilidade em uma religião superficial. 

A transformação de cada indivíduo precisa ser voluntária, nunca por força ou violência e nem por constrangimento cultural, hostilizando práticas diferentes sejam elas as artes ou formas de expressão ou comportamentos estranhos aos nossos, o essencial não é o exterior e sim o interior. Se o amor for o crivo, assim como a Palavra de Deus, não haverá desvirtuação da Missão confiada a nós. 

A missão primordial é a de Deus, pois foi ele quem mandou seus profetas, seu Filho, seu Espírito. Destas missões, a do Filho é central, pois foi o auge do ministério dos profetas e incluiu em si, com clímax, o envio do Espírito. Agora, o Filho envia – como ele próprio foi enviado. Mesmo durante seu ministério público, ele enviou primeiro os apóstolos, e então os setenta como um tipo de extensão de sua própria pregação, ensino e ministério de cura. Em seguida, após sua morte e ressurreição, ele expandiu o alcance da missão ao incluir todos que o chamam de Senhor e chamam a si mesmos de seus discípulos. Outros estavam presentes com os 12 quando a grande comissão foi dada. Por isso, não podemos restringir sua aplicação aos apóstolos. (Stott, 2010, p.27) 

Somos enviados com a missão de anunciarmos o amor de Deus e a entrega expiatória de seu Cristo e orarmos com imposição de mãos para que recebam o Espírito Santo, somos nós agora os responsáveis pela quebra de paradigmas e pela continuidade da obra missionária, treino e envio de mais discípulos de todas e para todas as nações.

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