28 de out. de 2020

A Bíblia fazendo parte de nossas vidas em comunidade

Leitura bíblica no cotidiano da comunidade
A leitura da Bíblia é a principal diferença entre cristãos e não cristãos, pois não poderíamos nos diferenciar sem o nosso instrumento de fé. No entanto é importante nos aproximarmos dos textos da maneira correta. 

Há comunidades em que ao citar às escrituras sagradas recitando seus textos e indicando sua localização por livro, capítulo e versículo, você é bem visto. Essa não pode ser a nossa única motivação para lermos a bíblia. 

A Bíblia deve fazer parte do nosso cotidiano, na medida em que nossas atitudes refletem o conhecimento sobre os ensinamentos contidos nela. 

Deixar a bíblia aberta em uma página como um item de decoração não é errado, mas não a ler é um grande desperdício, no entanto, dizer frases como “na Coreia do Norte não tem Bíblias, então vamos valorizar as nossas” também não fomentará a leitura da Bíblia. Para isso precisamos compartilhar a bíblia em nossa transformação pessoal, em nossa sabedoria para tomarmos decisões, nosso ânimo diante das adversidades, entre tantas outras diferenças que a Palavra de Deus faz na vida dos cristãos. 

É importante pensarmos que o Cânon foi definido para ser um dos pilares que sustentariam a ortodoxia e impediriam as heresias, mas mesmo assim as lideranças religiosas do passado, especificamente durante a Idade Média, tomavam suas decisões ignorando completamente os textos sagrados e se comportavam como se tivessem mais autoridade do que eles, por isso uma das cinco Solas foi fundamental para a Reforma Protestante de 1517, Sola Escriptura, retoma o assunto da importância da Bíblia como luz para nossos caminhos. 

Outro erro terrível da Idade Média foi aprisionar a Bíblia no Latim, idioma que passou a ser inacessível, assim como já eram inacessíveis o grego e o hebraico, outras línguas nas quais já havia traduções dos textos, mas também incompreensíveis. As traduções para o inglês dos pré-reformadores John Wyclif e William Tindale foram cruciais para nosso avanço assim como a tradução de Martinho Lutero para o alemão. 

Atualmente em nossas comunidades ainda há a barreira da dificuldade de interpretação de texto, além de em certas versões ser impossível para muitos a compreensão de termos pouco verbalizados ou ainda outros arcaicos. 

Avançamos muito com novas versões com vocábulos mais simples e por isso o acesso à Bíblia está se tornando cada vez mais fácil, no entanto é necessário trazermos a Bíblia para o cotidiano, libertá-la de ser um conteúdo exclusivamente litúrgico ou para ser estudada academicamente. 

A Bíblia pode e deve ser assunto em nossas casas, nos nossos trabalhos, escola, com vizinhos e nessa troca de informações sobre a Bíblia certamente todos nós ganharemos, primeiro pelo conteúdo que é transformador e também por estarmos reforçando laços de amizade e estabelecermos uma espécie de discipulado mutuo, um companheirismo entre os cristão tendo como vínculo principal a Palavra de Deus. 

Acerca da acessibilidade das escrituras hoje podemos ler a bíblia em nossos smartphones com consultas ao dicionário, localização de textos por pesquisa de termos, ouvir o áudio ao invés de lermos e ainda podemos compartilhar os textos facilmente em nossas mídias sociais. Certamente os pré-reformadores não imaginavam que um dia chegaríamos a esse patamar, eles não imaginavam sequer a invenção da imprensa no século XV que possibilitou a produção de bíblias aos milhares, pois antes da imprensa eram necessários copistas para fazerem cada manuscrito um por um. 

Em nossas comunidades é comum a restrição ao uso do celular como forma de ler a bíblia para prevenir-se de distrações e descontrole do ambiente de culto, mas o momento é o de fomentarmos a leitura e o compartilhamento das escrituras sagradas em todas as mídias, especialmente na mídia mais utilizada em toda a Terra, o celular. De tempos em tempos, menos barreiras e mais possibilidades para a Bíblia.

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