30 de nov. de 2018

Diálogo entre a Fé e a Ciência

Numa tentativa de compreendermos melhor o diálogo entre a fé e a ciência vamos deixar de lado a interpretação literal da cosmologia tradicional, como mitos de povos antigos tais como Enuma Elish dos babilônicos e o livro de Gênesis dos hebreus.

A cosmologia moderna não poderia compreender a criação e dialogar com a fé por ser ainda rudimentar e sem conseguir provar teorias por falta de instrumentos acabou por ter a teologia como uma ferrenha opositora, como nos casos de Galileu Galilei, condenado pela inquisição em 1633 e de Charles Darwin, sendo apelidado de o Homem que matou Deus.

O que realmente aconteceu na origem do universo como o conhecemos começou a ser revelado pelas descobertas de EdwinHubble e Georges Lemaître, em 1920, compreendendo que está em expansão. Em 1964 a descoberta da radiação de fundo das micro-ondas é uma nova evidência do Big Bang. Sua origem como uma inimaginável concentração de matéria densa e em altíssima temperatura a ponto de ao explodir espalhar uma quantidade incontável de matéria em mais de 100 Bilhões de Galáxias e dentre todos os ajuntamentos de matéria está o nosso sistema solar.

A ideia de que o ser humano é a coroa da criação começou a ser refutada com a queda do geocentrismo e a aceitação de que não somos o centro do universo, mas por meio do princípio antrópico voltamos a considerar o ser humano e a vida como fator decisivo para uma melhor compreensão da origem do universo, sendo as leis que regem a nossa realidade, indispensáveis para a manutenção da vida. Se não somos a razão do universo, mas mera casualidade, como explicar, por exemplo, que se a força dos campos gravitacionais e do eletromagnetismo, caso fossem alteradas para mais ou para menos, impossibilitariam a existência de microrganismos? Chamamos essa teoria de Desígnio Inteligente, diferentemente do criacionismo científico não distorce as descobertas científicas e não faz a leitura literal dos mitos, mas enfatiza que sem uma mente semelhante a nossa não seria possível uma sintonia tão fina. Outra teoria que é dispensada é a de que Deus seria o responsável por tudo o que a Ciência é incapaz de explicar. Essa teoria do Deus das Lacunas não deve ser apoiada porque a Ciência está em constante evolução e sistematicamente irá preencher essas lacunas e o máximo que essa teoria poderá revelar é um argumento ateísta.

O Desígnio Inteligente por meio do Princípio Antrópico é o melhor argumento para a Criação, uma vez que concilia e a Teoria Darwiniana, que incontestavelmente, não contraria os escritos sagrados, mas específica uma forma ordenada de evolução de um sistema criativo, bem planejado e que não precisou de uma intervenção rotineira para que acontecesse.







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